segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


        
Cláudio Lima (Manuel da Silva Alves)
Poeta - Nascido em Ponte de Lima
e residente em Braga 

Precariedade

Um poema amadurece como as uvas
sem pressa para além da sua pressa
como quem só regressa
chamado pelo sol ou pelas chuvas.

Mas enquanto as uvas apuram sua casta
seu fogo haurindo em elfa vinhateira
meu poema é chama que se gasta
em frouxa e efémera fogueira.

                        (ITINERÂNCIAS)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

BPN


       Os banqueiros, e esta nova geração de políticos falam a brincar...
como se não soubessemos que vamos ser nós a pagar os 500 milhões.
Seria mais sério não o terem dito... e com que lata!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Em véspera de Reis

Com ouro, com mirra e com incenso, em véspera de Reis, o que dos nossos políticos podemos esperar para 2011, é mais insegurança, mais desemprego, mais fome, mais baixas pensões de reforma, piores condições de vida, pior assistência médica e medicamentosa. Enfim, um sem número de coisas que nem ao diabo lembra. Porra para isto!
A pensar no impropério, dizia a velha do Adro que, apesar de tudo, é bem melhor ouvir cantar o Zé Cabra, para fazer rir, a ouvir o presidente da CIP falar da crise, para chatear. O primeiro é um pateta que não sabe o que canta; o segundo é um tanso que sabe o que quer: Rever as leis laborais. Isto é, mais horas de trabalho, menos salário e despedimentos sem indemnizações. Assim, bem podem continuar a comprar Porsches, Jaguares e palacetes que, à laia da crise, nunca o grande patronato viu as suas contas bancárias subirem tão altos patamares financeiros. Até quando?
Na ausência dos Reis Magos, agora só os adivinhos da nova era (“os Mercados”) uns quantos caquécticos gananciosos que põem o mundo de cócoras, a Europa à beira da falência e os governos a arderem nos altos-fornos da promiscuidade.
E nós padecentes e pagantes, no dizer de Boaventura de Sousa Santos, somos as vítimas de um crime que eles cometem contra a humanidade. Porque tanto nos calamos?