Em Tempo de Crise
Gastei dum
merceeiro trinta dias;
Não paguei e
fui para o vizinho.
A este fiz o
mesmo; e, por tais vias,
Sem cão não
deixei outro pelo caminho.
Gastei do
Braz, do Mota e do Agostinho,
Da cidade
corri às freguesias;
Vou nos
arredores, já me avizinho
doutra cidade
cá das cercanias
Tenho comido
à borla. Isso explica-se…
Mas a questão
agora é má. E complica-se…
Ninguém me
quer fiar – estou aflito!
Porém, o
mundo é grande; e estou a ver
que, seja
como for, hei-de viver
nem que seja a
cravar noutro Distrito.
* RINDO
I. Carneiro de Sá - 1933
Sem comentários:
Enviar um comentário