segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Palavras ausentes


À proa de um barco um olhar de chuva
provocava silêncio num mar de palavras ausentes
e o dia desmaiava no concreto das mãos que seguravam,
à míngua, um lastro de espuma.

Era uma ilha caida num mar parado. E tudo tão parado!
Só mais tarde, um voo de açucenas tranportou
até nós o teu sorriso. E tudo se movia agora pela água.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Cadeira do  Tiago

Em  epigrafe, pode ler-se o título
que recebi  por mail, com grata felicidade,
e que me bem dispôs para o resto do dia.
Continuo a dizer: Força Tiago, foi mais uma vitória!


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Imagens


junto da fonte
a a´gua
convida o coração

e e´ de bronze
o alecrim dos braços

um desejo
para mergulhar
no interior das tardes

terça-feira, 14 de setembro de 2010

palavras + palavras
                  


circulam as palavras 
                       repetidas
                            tangíveis
                                   vazias


e nenhuma mensagem
resta 
                     apenas o rumor
                                  inconcreto
                                             obtuso

e o perdido gesto de uma ideia
                                          segura
                                                 viva
                                                       útil

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Que outro nome




despidos dias
estes
o sol doente
                 escurecem

o homem pendurado
nas nuvens
                desmaia o cedro

passo incerto
e talvez parado

que outro nome
para tanto vazio
                desmaia o cedro









                

        

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mãos ao Trabalho




Estou de chegada e já dou mãos ao trabalho: livros para um lado, papeis para outro, indo até à leitura do correio e  dos jornais que me caem na mesa de ofício. É então que leio um artigo no jornal Diário do Minho com o título «No Rescaldo do Incêndio no Gerês», assinado por Álvaro Oliveira. Atenção, não é de minha autoria! Tão pouco me identifico com o estilo do escrito.
Apenas um reparo: trata-se de um claro atropelo à protecção do nome literário consagrado no art. 29 dos Direitos de Autor. Assim:

« 1 - Não é permitido a utilização do nome literário, artístico ou científico susceptível de ser confundido com outro nome anteriormente usado em obra divulgada ou publicada.
3 - Ninguém pode usar em obra sua o nome de outro autor, ainda que com a autorização deste.»


Pronto, tomadas a devidas precauções para escalpelizar possíveis confusões, dou novamente mãos aos arrumos e, por fim, abro o meu blogue. Salta-me à ideia publicar um poema que registei algures em Sesimbra. Não. Como são muitas as perguntas e as mensagens sobre o raio do artigo, opto por este breve esclarecimento. Já não estou de chegada, mas de saída. Para voltar... com algo mais interessante.