A estas horas já o vinho espera
vem a alegria num refúgio de asa
olho os teus olhos, nasce a primavera.
E já cheira à flor da carrasqueira
vejo o sol a sorrir por entre os montes
como a dizer-te amiga és a primeira
a dizer dos meus olhos duas fontes
Mata essa sede assim devagarinho
Ó suores do amor tecei o linho!
A toalha na mesa não tem fim.
Mas que sede terás? Não adivinho.
Importa pois que bebas do meu vinho
que te embebedes bem dentro de mim.
Álvaro de Oliveira
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