sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Baladas de Orvalho








 
Que estranha sede me circunda a casa?
A estas horas já o vinho espera
vem a alegria num refúgio de asa
olho os teus olhos, nasce a primavera.

E já cheira à flor da carrasqueira
vejo o sol a sorrir por entre os montes
como a dizer-te amiga és a primeira
a dizer dos meus olhos duas fontes

Mata essa sede assim devagarinho
Ó suores do amor tecei o linho!
A toalha na mesa não tem fim.

Mas que sede terás? Não adivinho.
Importa pois que bebas do meu vinho
que te embebedes bem dentro de mim.

                                Álvaro de Oliveira
 Do livro "Baladas de Orvalho"

Sem comentários:

Enviar um comentário