quarta-feira, 9 de junho de 2010

Arte do Ninho








Bocados de terra mole e palha seca
carrasca, urze e pontas de giesta
um bico rendilhando eternidades
e um voo paralelo a uma aresta.

É esse o ninho que o sol venera
e tudo quanto fica no olhar
mais o silêncio da arte e a breve espera
onde te deitas à noite a descansar.

Minha ave de voos íntimos e certos
que guardas o testemunho do encanto,
faz o teu ninho, acasala ao canto...

Ó ave de voos íntimos e libertos
que olhar se sobrepõe à persistência?
Essa arte que tens no bico, a paciência!

                                  * Baladas de Orvalho

                                                                

Sem comentários:

Enviar um comentário