quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em Três Tempos


Houve um tempo em que me falavam de paz, de igualdade e de fraternidade. Que na terra já se assistia ao fim da infame dualidade: Senhores e Servos. Que não havia lugar para exploradores e explorados. Que nenhum homem seria Mais e nenhum outro seria Menos. E eu fiquei muito feliz. Assim se cumpria um sonho que meu avô me deixara como herança.

Hoje estou triste. Falam-me de governos que não sabem governar. Falam-me de políticos que ganham vencimentos milionários, acumulados a altíssimas reformas.  Que abundam gestores interesseiros e corruptos. Que há patrões cretinos que levam as empresas à falência. Que há assaltos à banca pelos  próprios banqueiros. E, para cúmulo, inventam um só culpado: a Crise! como se fosse coisa que nunca houvesse.

Estou triste. Enganaram-me. Falaram-me de uma terra nova; deram-me uma terra velha. Prometeram-me o Socialismo; deram-me uma ditadura: a de um feroz e selvagem capitalismo. Que herança deixarei para os meus netos?

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